terça-feira, 24 de maio de 2011

História de Santa Marinha

Virgem e mártir de Antioquia, Santa Marinha tem culto documentado na Península Ibérica pelo menos desde meados do século IX (854).


O seu culto cresceu tão rápida e tão profundamente que veio a suplantar o de Santo Esperato e companheiros, mártires, que se festejavam também a 18 de Julho.
Muito popular também no ocidente, o seu culto é comprovado pelas vinte e três freguesias de que é padroeira, só na arquidiocese de Braga, além de ter sido titular secundária do mosteiro de Guimarães e de orago de muitas capelas e simples lugares.
As Igrejas de que é padroeira são das mais antigas, pois que os oragos orientais foram os primeiros a ser recebidos pelas Igrejas do ocidente.
Remelhe é uma das Igrejas que, juntamente com a de Moldes, receberam um padroeiro do oriente, o que vem comprovar a sua antiguidade e a sua importância.
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Há, porém, outras Santas Marinhas, de vida mais ou menos lendária, que o espírito imaginativo de certos hagiógrafos fizeram nascer em Igrejas do ocidente. Vamos referir duas dessas lendas:
Uma, na Igreja de Orense, que reivindica esta santa como sua, já a partir do século XIII, mas, sobretudo, com a introdução do seu nome no Martirológio Romano de 1586.
Todavia nem tudo é claro nesta lenda, que não resiste aos críticos da hagiografia. Um autor espanhol - Flórez - prefere dizer que a Santa Marinha de Orense talvez fosse uma santa local, a que, por falta de legenda própria, adaptariam a de Santa Marinha de Antioquia.
Outra, na Igreja de Braga, que também reclama esta santa desde o breviário de D. Rodrigo da Cunha, de 1634, que, apresenta Santa Marinha como irmã gémea de mais oito meninas, todas mártires, filhas de Lúcio Atílio Severo, governador do território bracarense, e de Cálcia Lúcia, nobre romana, todas elas baptizadas e educadas pelo também lendário bispo Santo Ovídio. Esta lenda foi mais tarde artisticamente enroupada por Frei Bento da Ascensão, monge beneditino do mosteiro de Pombeiro, no ano de 1722.
Apesar de destituída de qualquer fundamento histórico, é esta a lenda admitida em quase todos os templos dedicados a Santa Marinha.
  - Esta breve história de Sta Marinha foi gentilmente cedida pelo Padre José Adilio Macedo -

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